domingo, 2 de dezembro de 2007

A Peste Negra!

Em Portugal a Peste Negra entrou em 1348. Alguns historiadores dizem que os primeiros casos se registaram na Primavera, mas outros garantem que foi só em Setembro[carece de fontes?]. De qualquer forma sabe-se que foi uma espécie de "praga – relâmpago". Até ao Natal, matou muito mais do que metade da população portuguesa, e depois desapareceu, e foi exactamente assim no resto da Europa. Como naquela época a medicina estava muito pouco desenvolvida, as pessoas pensavam que a peste era um castigo enviado por Deus. Na altura organizavam-se várias penitências, e os cristãos tentavam proteger-se usando estampas e relíquias de santos como São Sebastião e São Roque. Os físicos (médicos da altura) deram explicações mais racionais para a doença, mas nunca descobriram que a origem estava numa bactéria existente nos estômagos das pulgas dos ratos. Muitos físicos recusavam-se a visitar os pacientes, mas outros mais corajosos procuravam levar algum conforto à cabeceira dos pestilentos. Para evitarem o contágio usavam um traje especial. A única medida aconselhada era limpar o corpo com vinagre mas a maior parte dos tratamentos eram simples e mudavam de país para país. A peste negra foi se alastrando por todo a Europa atingindo até os mais ricos. Essa doença foi contagiando das classes mais pobres às mais ricas, a medicina na época não era tão desenvolvida e não sabia como acabar com a Peste Negra hoje em dia chamada de Peste Bubônica.

"Peste Negra" in Wikipedia

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

D. João I

Filho bastardo de D. Pedro I e de uma dama galega. O mestrado da Ordem de Avis foi-lhe destinado desde a sua infância e é nesse sentido que decorre a sua educação, a cargo do comendador-mor da Ordem.
Em 1383, já na situação de um dos mais ricos senhores de Portugal, jura, com muitas outras figuras importantes do reino, cumprir cláusulas do contrato de matrimónio da infanta D. Beatriz com D. João I de Castela. Nesse mesmo ano, é um dos escolhidos para acompanhar a infanta a Badajoz, onde foi entregue ao marido. O facto de ter sangue real e de ser olhado como chefe provável do partido adverso à parceria Leonor Teles-conde de Andeiro, deve ter contribuído para a sua prisão ordenada por D. Fernando. Mais tarde é libertado por ordem do rei e a esse facto não deve ter sido estranha a intervenção pessoal do conde de Cambridge, chefe do contingente inglês em Portugal.
Depois da morte do rei, entra-se no período da guerra civil e da guerra com Castela e D. João, aclamado regedor e defensor do reino, procura consolidar a sua posição no meio de hesitações e compromissos. E aclamado rei em 1385, vence a guerra com Castela e obtém tréguas em 1389. Volta-se então para os problemas internos do reino e impõe a sua autoridade à nova nobreza, que chefiada por D. Nuno Álvares Pereira, lhe desfalca os bens da coroa. Em 1396, novamente guerra com Castela até 1398.
Segue-se um longo período de paz interna e externa, só cortado pela aventura de Ceuta. Fora dos actos da administração pública, quase nada sabemos da vida do monarca. Casou em 1387 com D. Filipa, filha do duque de Lencastre e ano e meio depois nasce D. Branca, que não chegou a viver um ano; segue-se o herdeiro do trono Afonso, que morre por volta dos dez anos; vêm a seguir em rápida sucessão os infantes da «ínclita geração».
Morreu em 1433. Pessoalmente, foi-nos legado o retrato de um homem prudente, astuto, cioso do poder e da autoridade, ao mesmo tempo terno, humano e benevolente. Foi sem dúvida o mais culto dos nossos monarcas medievais, reflexo da educação que o preparara para dirigir superiormente uma importante ordem religioso-militar.

Ficha genealógica:
D. João I, nasceu provavelmente em Lisboa, a 14 de Agosto de 1357, tendo morrido na mesma cidade, em igual dia de 1433. Casou no Porto, a 2 de Fevereiro de 1387, com D. Filipa de Lencastre (n. em Inglaterra, 1359; f. em Odivelas, a 19 de Julho de 1415), filha de João de Gant, duque de Lencastre, e de sua primeira mulher, D. Branca. Tiveram os seguintes filhos:
1. D. Branca (n. em Santarém, a 30 de Julho de 1388; f. em Março de 1389; enterrada na capela-mor da sé de Lisboa);
2. D. Afonso (n. em Santarém, a 30 de Julho de 1390; f. a 22 de Dezembro de 1400; sepultado na sé de Braga);
3. D. Duarte, que herdou a coroa;
4. D. Pedro (n. em Lisboa, a 9 de Dezembro de 1392; f. na Batalha de Alfarrobeira, a 20 de Maio de 1449; sepultado no Mosteiro da Batalha). Casou a 13 de Setembro de 1429 com D. Isabel de Urgel (n. por 1410; f. em data posterior a 1470; sepultada no Mosteiro da Batalha), filha de D. Jaime II, conde de Urgel, e de D. Isabel, infanta de Aragão. Foi regente do Reino de 1438 a 1446;
5. D. Henrique (n. no Porto, a 4 de Dezembro de 1394; f. na vila do Infante, em Sagres, a 13 de Novembro de 1460; sepultado no Mosteiro da Batalha);
6. D. Isabel (n. em Évora, a 11 de Fevereiro de 1397; casou com Filipe, o Bom, duque da Borgonha, a 7 de Janeiro de 1430, em Écluse; f. em Dijon, a 11 de Dezembro de 1471; sepultada no Convento da Cartuxa da mesma cidade);
7. D. João (n. em Santarém, a 13 de Janeiro de 1400; f. em Alcácer do Sal, a 18 de Outubro de 1442; sepultado no Mosteiro da Batalha). Casou em 1424 com sua sobrinha D. Isabel (n. em 1404; f. em Arévalo, a 26 de Outubro de 1465; transladada para o Mosteiro da Batalha), filha de D. Afonso, 8 ° conde de Barcelos, e de sua primeira mulher, D. Beatriz Pereira de Alvim;
8. D. Fernando (n. em Santarém, 1402; f. no cativeiro em Fez, a 5 de Junho de 1443; transladado em 1471 para o Mosteiro da Batalha).
Da união, anterior ao seu casamento, com uma Inês Pires, o monarca teve os seguintes bastardos:
9. D. Afonso (n. talvez em Veiros, por 1380; f, na vila de Chaves, em Dezembro de 1461). Foi o 8 ° conde de Barcelos e 1 ° duque de Bragança. Casou em primeiras núpcias, a 8 de Novembro de 1401, com D. Beatriz Pereira de Alvim (n. em 1378; f. em Chaves por 1412), filha do condestável Nuno Álvares Pereira e de D. Leonor de Alvim; e em segundas núpcias, no ano de 1420, com D. Constança de Noronha (n. em data incerta; f. em Guimarães, a 26 de Janeiro de 1480), filha de D. Afonso, conde de Gijon e de D. Isabel, filha ilegítima de D. Fernando I de Castela;
10. D. Beatriz (n. talvez em Veiros, por 1382; f. de peste em Bordéus, a 25 de Outubro de 1439). Casou, no ano de 1405, com Tomás Fitzalan, 7 ° conde de Arundel, pelo que seguiu para Inglaterra; e, tendo enviuvado, a 13 de Outubro de 1415, tornou-se esposa de Gilberto Talbot, barão de Irchenfield, f. pouco depois. Pretende-se que em 1432 a infanta voltou a casar com John Holland, filho do duque de Exeter.
In O Portal da História

D. Fernando I

Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia, cognominado como o Formoso ou o Inconstante.
Era filho de D. Pedro I e da rainha D. Constança. Subiu ao trono com 22 anos, quando em Castela se disputava a coroa entre D. Pedro, filho legítimo de Afonso X e Henrique de Trastamara, um dos muitos bastardos do falecido rei com D. Leonor de Gusmão. Assassinado D. Pedro, D. Fernando abandonou a sua neutralidade e Portugal entrou puma sucessão de períodos de guerra a paz.
D. Fernando alegando ser bisneto de Sancho IV, mas movido pela rivalidade comercial e marítima entre Lisboa e Sevilha, interveio nesse episódio peninsular. Foi reconhecido como rei em cidades do norte da Península, aliado ao rei mouro de Granada, atraiu a si D. Pedro IV de Aragão, propondo-lhe casamento com sua filha D. Leonor. Em 1369 invade a Galiza. Mas D. Henrique II atravessa o Minho, apodera-se de Braga, cerca Guimarães e sai por Trás-os-Montes para ir em auxílio de Algeciras cercado pelo rei de Granada.
Em 1371, com a intervenção do papa Gregório XI, os dois monarcas assinaram a paz de Alcoutim. D. Fernando comprometia-se a casar com D. Leonor, uma das filhas de Henrique II, porém ao casar com D. Leonor Teles não cumpria o tratado, o que se não teve consequências com Castela, pois Henrique II não se deu por ofendido, teve-as com a Nação a quem tal casamento não agradou.
Surge então o duque de Lencastre que se apresentava como pertencente ao trono castelhano. A França apoiou o Trastamara; Portugal, o Duque de Lencastre. Nasceu aqui a expressão política da aliança luso-britânica, primeiro no tratado de Tagilde, depois o de Westminster, a 16 de Julho de 1373 assinado entre os reis de Portugal a de Inglaterra. Henrique II invade novamente Portugal a chega a Lisboa onde entra em Fevereiro de 1373. O Cardeal Guido de Bolonha intervém como medianeiro e em Santarém foram assinadas as condições humilhantes de um novo tratado.
Em 1378, com o Grande Cisma do Ocidente que opõe ao papa de Roma o papa de Avinhão, D. Fernando envolve-se em nova guerra com Castela. A Inglaterra tomou partido por Roma, a França por Avinhão. D. Fernando que oscilou entre um e outro papa, solicitado pela aliança com a Inglaterra e quebrada a paz com Castela, recomeça as escaramuças de um e outro lado da fronteira do Alentejo, sem que de ambos os lados se faça qualquer esforço para uma batalha decisiva que ninguém desejava. Em Agosto estabelecem-se negociações sem conhecimento da Inglaterra.
Estas três guerras custaram a Portugal o preço de três derrotas e de três tratados de paz com cláusulas de vencido. Contudo, durante os períodos de paz, D. Fernando mostrou-se hábil com a sua política interna. São de salientar as suas medidas de fomento, como reparações de muitos castelos, a construção da nova muralha de Lisboa e do Porto, a criação do cargo de condestável, renovações de armamento, a promulgação da lei das Sesmarias, para defesa da agricultura, defesa da marinha mercante, numa série de medidas de grande alcance, o grande impulso dado à Universidade que foi transferida para Lisboa, além de outras que o revelaram como um rei de excelente visão administrativa.

Ficha genealógica:
D. Fernando I nasceu em Lisboa a 31 de Outubro de 1345 e morreu na mesma cidade a 22 de Outubro de 1383. Casou em Leça do Balio, em Janeiro de 1372, com D. Leonor Teles, nascida em Trás-os-Montes por volta de 1350; tendo morrido em Tordesilhas a 27 de Abril de 1386, filha de Martim Afonso Telo e de D. Aldonça de Vasconcelos, portanto prima de D. João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos. A nova rainha fora já casada com João Lourenço da Cunha, senhor do morgado de Pombeiro, sendo o consórcio declarado nulo para poder efectivar o matrimónio real. Tiveram a seguinte descendência:
1. D. Pedro, nasceu por 1370; morreu de tenra idade;
2. D. Afonso, nasceu por 1371; morreu de tenra idade;
3. D. Beatriz, nasceu em Coimbra no ano de 1372; casou em 1383 com D. João I, rei de Castela; morreu naquele reino depois de 1409.
De mulher que se ignora teve D. Fernando:
4. D. Isabel, nasceu em 1364; casou com D. João, filho de D. João Afonso Telo de Meneses, não se efectivando o projecto devido à pouca idade dos nubentes; voltou a casar com D. Afonso, conde de Gigon e Noronha, filho ilegítimo de Henrique II, rei de Castela; morreu em Portugal, onde se instalou depois de viúva. Foi esta bastarda a mãe de D. Constança de Noronha, que veio a ser, pelo casamento, esposa de D. Afonso, conde de Barcelos, mais tarde primeiro duque de Bragança.
In O Portal da História

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma nova proposta!

Caros Alunos,
fica aqui uma proposta de construção do saber histórico: a possibilidade de cada um aceder a conteúdos aqui disponibilizados e de inserir alguns trabalhos pessoais.
Pretendo que este seja um espaço a construir por todos.
Gostaria que este fosse um forte espaço de partilha em torno do estudo da História.
O vosso professor:
Carlos Alberto G. Godinho